terça-feira, 22 de abril de 2008
a primeira cerca de Florença
Daniel (2008/3/11) - o que eu sei sobre Florença é isto:
Joana (2008/3/27 ) - o que eu descobri sobre florença é isto:
- que há aí uma Ponte Vecchia que eu pintei como paisagem de fundo da primeira pintura a óleo que fiz (era um retrato da minha irmã)
Que todos os dias tenho que atravessar essa Ponte Vecchia para onde quer que vá. Que está cheia de lojas que vendem ouro feio. Que pelas ruas vão aprecendo muitas pinturas feias e praticamente sempre iguais desta ponte. Que a tua pintura desta ponte com o retrato da tua irmã deve estar mais bonita que qualquer uma que vi aqui.
- que um senhor que era o meu ídolo de pré-adolescência (na altura hesitava entre vir a ser jogador de futebol e ser um génio como ele) viveu bastante tempo aí: o Leonardo de Vinci.
Que o Leonardo viveu mesmo aqui e que as ruas principais não devem estar muito diferentes desde esse tempo.
Que o Leonardo nunca foi o meu idolo. Mas que não me lembro de os ter. Talvez o meu irmão.
Que o Leonardo nunca foi o meu idolo. Mas que não me lembro de os ter. Talvez o meu irmão.
- que é a cidade aonde supostamente se fala o Vero Italiano, sem sotaque
Que provavelmente , sim, o sotaque italiano aqui é mais suave e correcto.
Que o sotaque do sul não é muito bem recebido e que, ao que parece, com o qual o meu tem semelhanças.
Que o sotaque do sul não é muito bem recebido e que, ao que parece, com o qual o meu tem semelhanças.
- que é um bocado acima de Roma e ao centro da bota
Que não é bem ao centro da bota mas um pouco mais acima, que fica a 5,40 euros de Pisa e que os picas nunca aparecem no comboio durante essa viagem.
Que está rodeada de colinas lindissimas e que fica numa especie de vale.
Que tem muitas pontes e que tudo tem um nome.
Que as pessoas ora são muito simpaticas ou muito antipaticas.
Que o suburbio é muito feio.
Que o estou a dormir num sofá numa casa ao lado do Palazzo Pitti.
Que os Giardini di Boboli têm uma escala pouco humana e labirintica. Que a senhora que vende bilhetes me deixa entrar sem pagar. Que um pouco á frente está um jardim que vende plantas e flores de onde vejo sempre sair um motoreta com caixa aberta, sempre cheia de plantas.
Que tem muitos gelados e muitas pessoas de lugares diferentes que nem por isso parecem vir de lugares diferentes porque todas experienciam este lugar da mesma forma.
Que, aqui, tenho dificuldades em parar de andar. Ando...Ando...Ando...
Que está rodeada de colinas lindissimas e que fica numa especie de vale.
Que tem muitas pontes e que tudo tem um nome.
Que as pessoas ora são muito simpaticas ou muito antipaticas.
Que o suburbio é muito feio.
Que o estou a dormir num sofá numa casa ao lado do Palazzo Pitti.
Que os Giardini di Boboli têm uma escala pouco humana e labirintica. Que a senhora que vende bilhetes me deixa entrar sem pagar. Que um pouco á frente está um jardim que vende plantas e flores de onde vejo sempre sair um motoreta com caixa aberta, sempre cheia de plantas.
Que tem muitos gelados e muitas pessoas de lugares diferentes que nem por isso parecem vir de lugares diferentes porque todas experienciam este lugar da mesma forma.
Que, aqui, tenho dificuldades em parar de andar. Ando...Ando...Ando...
- que é um dos ninhos da ebulição mercantil política militar e pensante chamada Renascimento Italiano. Que tem lá numa rua dos Ufizzi uma cópia de um lindíssimo e enorme David (do Buonarotti) que foi dito ser Florença contra os Grandes Golias que a ameaçavam então. (Não sei se esta é uma leitura que deu jeito então a alguns poderosos ou romantizou mais tarde a luta de uns quantos justos contra outros tiranos: triste a arte que é feita apologia de luta
Que na Piazza della Signoria está a cópia desse David mesmo em frente ao Palazzo Vecchio que fica ao lado da Galleria degli Uffizi.
Que a noite é muito mais bonito vê-lo, que é quando a piazza está vazia.
Que adoro passar lá sozinha á noite.
Que a noite é muito mais bonito vê-lo, que é quando a piazza está vazia.
Que adoro passar lá sozinha á noite.
- que tem uma catedral cujo vão da cúpula extraordinária foi enchido de areia de maneira à própria impossível cúpula vir a ser
- que o autor dessa cúpula chamou-se F.Brunneleschi (não sei se escrito assim) e é o pai de uma maneira de chapar o visível em superfícies que ainda hoje convence muita gente: a Perspectiva. Segundo o E.Panofsky, essa perspectiva tem muito que ver com a Renascente invenção do Homem, de eu-que-estou-aqui-e-vejo-isto
-assim-daqui e com a insistente mania de conhecer e dominar tudo o que vista abarca (seria o senhor génio de Vinci a declarar mesmo a pintura uma Ciência, cosa mentale)
Que o Brunelleschi começou por ser ourives e que as filas para ver a Companile di Giotto e Cupola del Duomo na Piazza Duomo são aborrecidas e que ainda não fui ver.
- que tem montes de turistas e ainda mais museus, que será toda ela envolvente. (As entradas dos Museus são a maior fonte de receita do Estado Italiano, Florença é em verdade uma mina de explorar as ideias de Passado que os turistas ocidentais têm de si)
Que há muitas livrarias aqui e muita gente a estudar filosofia e politica e artes e muita coisa em geral e que, sim, se a primeira fonte de receitas do estado italiano ja nao são as entradas dos museus é porque eles passaram a fazer 2 sorteios de totoloto por semana e que essas receitas ultrapassaram as entradas para os museus decadentes e estaganados.
Que os italianos gostam muito do totoloto e coisas assim.
Que os italianos gostam muito do totoloto e coisas assim.
- que num tal Campo di Fiore em arredores dessa cidade se deram tais importantes batalhas pela unificação Italiana (como se pode verdadeiramente unir através de uma batalha???), aonde combateu o aparentemente também lírico Garibaldi, isto tudo segundo o André Romão que andou por Itália e fez um vídeo acerca disso.
Que existe aqui em Florença uma Piazza dell ' Ùnita Italiana.
- que há lá muitas e puxantes paisagens que se vêem através de janelas pintadas Renascentistamente e que a Joana Escoval vai lá agora ( em 2008) ver o que há acerca dessa paisagem existir mesmo. ela quer é Ir. se vai em direcção a esses quadros vai bem, porque indo em direcção ao passado é a garantia de nunca lá chegar e ela quer é Ir. seria isto: disfarçado de futuro (paisagem Fiorentina para onde se vai) o passado chama, às pernas andando chamamos-lhes "Hoje". Aos arranhões nas pernas chamamos-lhes "Arte". Arre, qual "Arte"?, ela quer é Ir.
Que não sei nada.
breve nota sobre a Pax Imperial Comunicante
Pax Romana
As vias Romanas são um dos rastos comunicantes máximos que o Império Romano deixou. Foram usadas durante séculos após a sua construção e queda mesmo do Império, sendo relativamente recente a sua obsolescência quase total.
Pax Americana
A internet é o meio que o Império Americano desenvolveu e desenvolve hoje maximamente para protelar e expandir a sua hegemonia a todo planeta e possivelmente até fora dele.
A perversidade deste Império actual é não se assumir como tal, é trabalhar nas fantasmagoria, na imagem, nos Média, na diplomacia escondida, na ocultação do rosto dos verdadeiros poderes (fabricantes de armamento, industria do petróleo, trafico de droga,farmaceuticas, construtores civis e de automóveis) no suborno e na perversão cultural, deixando os seus oponentes frequentemente a lutar apenas com os seus próprios fantasmas.
Há toda uma história de como os escombros dos impérios e das lutas entre grupos a mando de poderosos nos deixam enormes invenções que foram primeiramente criadas apenas para fins bélicos e de Domínio sobre o Outro. As Vias Romanas, o GPS e a Internet são apenas brevissimos exemplos disso.
Hoje mandamos estas cartas s e coisas electronicas um ao outro, Lisboa-Florença-Lisboa, por causa da logística do Império Reinante.
Daniel
As vias Romanas são um dos rastos comunicantes máximos que o Império Romano deixou. Foram usadas durante séculos após a sua construção e queda mesmo do Império, sendo relativamente recente a sua obsolescência quase total.
Pax Americana
A internet é o meio que o Império Americano desenvolveu e desenvolve hoje maximamente para protelar e expandir a sua hegemonia a todo planeta e possivelmente até fora dele.
A perversidade deste Império actual é não se assumir como tal, é trabalhar nas fantasmagoria, na imagem, nos Média, na diplomacia escondida, na ocultação do rosto dos verdadeiros poderes (fabricantes de armamento, industria do petróleo, trafico de droga,farmaceuticas, construtores civis e de automóveis) no suborno e na perversão cultural, deixando os seus oponentes frequentemente a lutar apenas com os seus próprios fantasmas.
Há toda uma história de como os escombros dos impérios e das lutas entre grupos a mando de poderosos nos deixam enormes invenções que foram primeiramente criadas apenas para fins bélicos e de Domínio sobre o Outro. As Vias Romanas, o GPS e a Internet são apenas brevissimos exemplos disso.
Hoje mandamos estas cartas s e coisas electronicas um ao outro, Lisboa-Florença-Lisboa, por causa da logística do Império Reinante.
Daniel
prenda de despedida para a Joana
VIAS ROMANAS ACTUALMENTE EM PORTUGAL (http://viasromanas.planetaclix.pt/)
(imagens pequeninas maravilhosas e listagem exaustivíssima de vias, pontes e marcos romanos ainda existentes em Portugal)
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